
O futuro da Comissão de Frente no Carnaval do Rio de Janeiro
Raphael David
A palavra Carnaval originou-se de carne
+ vale (do latim: caro, carnis = carne; vale = adeus), ou ainda da expressão
carne levare ou carnilevamen, expressões que significam suspensão da carne,
abstenção de carne.
O Carnaval antecedia o fim dos prazeres
carnais estabelecido pelo período da Quaresma
período de jejum e abstinência de carne (só era permitido comer peixe)
e sempre foi celebrado com liberdade de costumes, em que se podia comer e beber
sem limite.
O primeiro de carnaval oficial no
Brasil foi realizado em 1884, em Salvador, Bahia. No início o carnaval de rua
era uma imitação do Carnaval de Veneza, o mais importante e famoso de
toda a Europa, com o luxo que a época permitia (Revista Agerip,
fevereiro/2010).
As Comissões de Frente devem ser
comunicativas, porque abrem o desfile e preparam a platéia no Sambódromo para o
espetáculo que se inicia a partir da sua passagem.
Às vezes, presas a coreografias complexas, a Comissão não comunica
alegria e animação à assistência presente na Passarela do Samba, o que quebra a
interatividade com o público, com o desenvolvimento da Escola e mesmo com o
Enredo que será desenvolvido.
Outro aspecto que merece ser ressaltado é que a Comissão de Frente
comunica a sua alegria e entusiasmo através da sua coreografia. Mas, por vezes,
esta coreografia está muito contida pelo conteúdo do Enredo e, por este motivo,
fica sem comunicação com o público.
Creio que seria conveniente que na idealização das coreografias possam
ser previstos alguns movimentos que convidem as pessoas presentes na Sapucaí à folia
e à festa/alegria que serão apresentados ao longo do desfile da Agremiação.
O futuro pertence àquelas Comissões que se compartilham com o público,
que são parte dele, que são amadas e queridas pela Sapucaí. Estes sentimentos e
atitudes deveriam ser incentivados a partir de agora, porque comunicação não é
só ver: é, principalmente, interagir!
Rio, Carnaval, 2015.
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